A alta do dólar (quase 70% acima de patamares recentes) e as novas tarifas sobre importações estão redefinindo as regras do jogo no varejo de moda brasileiro. Para líderes e gestores do setor, a palavra-chave é adaptabilidade. Entender a dinâmica do mercado é o primeiro passo para transformar desafios em diferenciais competitivos.
O dólar mais alto tem encarecido insumos como tecidos e aviamentos, o que leva a um aumento de 35% a 50% nos preços de produtos importados para as lojas. Como consequência, fornecedores já pressionam por reajustes de cerca de 8% a 10%.
O resultado? Uma inflação que torna o consumidor mais cauteloso. Ele adia ou parcela compras de itens não essenciais, e as equipes de vendas sentem a dificuldade para converter visitas em vendas
Insight para a sua gestão:
A taxa das blusinhas — que impôs 20% sobre remessas internacionais de até US$ 50 — derrubou as compras diretas do exterior em 42%. Essa mudança beneficia grandes cadeias de moda, que ganham participação de mercado.
Apesar disso, itens nacionais ainda são, em média, 10% mais caros do que os produtos das plataformas asiáticas. É crucial que o lojista e a equipe de vendas valorizem o produto nacional, focando na qualidade e na fabricação local
A escassez de produtos é uma realidade. Com o dólar alto, muitas redes estão enxugando o sortimento de produtos importados. Além disso, a logística se tornou mais cara e imprevisível. O frete de um contêiner da Ásia ao Brasil saltou de US$ 1.200 para mais de US$ 3.500.
A pressão no varejo de moda exige uma visão estratégica. Ajustar metas comerciais, oferecer treinamentos de negociação e fortalecer o atendimento ao cliente são ações que podem transformar as dificuldades operacionais em diferenciais competitivos. A equipe que se adapta, se comunica bem e valoriza o que tem em estoque estará mais preparada para o futuro do setor